Era uma fração estranha, oculta.
- Aline Beato
- 19 de fev. de 2019
- 1 min de leitura
Atualizado: 23 de abr. de 2020
Eu corri, confesso. Não queria que me encontrasse. Te disse que isso ainda soava meio estranho. Ele me disse que consigo. Confesso que, para mim, já foste melhor. Lembro me, de como sonhamos tanto. E isso nos fez jurarmos que ficaríamos juntos.

Já estou tão cansada de tudo, digamos. É que tudo se tornou dificilmente discreto. Peguei a agenda amarela, como sempre fazíamos. Era de nossas anotações. Me lembro de calçar o tênis florido e sair correndo em meio a chuva. Era para ser sobre nos.
Não consegui me conter. Foi como em um lapso de memoria. E lá estava você, mais uma vez. Era uma fração estranha, oculta. Precisava dizer adeus. Já escorria em meus olhos a lagrima que gritava ao te ver.
Pensa em como um adeus pode ser devastador? Era você. Entretanto, não me dissera a onde iria. Procurei a agenda amarela. Não tinha nada, não tinha nada. Apenas, se foi. Sem dizer um breve "até logo". Pude perceber, o quanto estava sozinha. Era como em uma fração estranha, oculta e devastadora. Mas hoje, já estou aprendendo a viver em você.
Imagem: Wix sites.
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